Tuesday, January 23, 2007

Apocalypto (2006)

Classificação: 8

Género: Acção/ Drama

Argumento: “A great civilization is not conquered from without until it has destroyed itself from within”

Comentário: A afirmação anterior pertence ao historiador Will Durant e é com ela que tem início o filme, que pretende retratar os tempos do declínio da civilização Maia, antes da chegada dos espanhóis.

Antes de mais, quanto à propalada violência que supostamente caracteriza o filme, de facto existem cenas um pouco impressionantes mas mais do que julgar essas cenas por si só penso que é importante avaliar qual o valor acrescentado que trazem ao filme. Por oposição a filmes como Saw ou Hostel, onde a violência é completamente gratuita (não me entendam mal, eu sou grande fã dos três filmes do Saw mas compreendo perfeitamente que haja quem não goste), aqui a violência tem efectivamente um papel importante a desempenhar, ilustrando a barbaridade dos actos levados a cabo.

Como li há pouco num comentário ao filme, se não fosse pela violência que vemos no ecrã, esta até podia perfeitamente ser uma história produzida pela Disney (ok, é um grande “se”). O que quero dizer é que a história de um homem que, contra tudo e contra todos, luta para salvar a sua família, não tem muito de novo.

O que há realmente de novo no filme é o cenário, sendo ele a civilização Maia. Não querendo agora discutir sobre a sua aderência à realidade (prometo que vou pesquisar e brevemente irei escrever acerca do resultado da minha pesquisa, mas aqui), o que é certo é que é criado todo um cenário (pessoas incluídas) que torna muito fácil de acreditar no que se está a ver, ao ponto de chegarmos a ser, de certa forma, “transportados” para uma realidade que nada tem a ver com a nossa.

O filme deixa também no ar algumas questões importantes. Se num primeiro instante nos deixa a pensar como é que é possível que pessoas da mesma raça cometam tamanhos actos uns contra os outros, num instante seguinte, também podemos questionar se as últimas guerras e as que acontecem actualmente serão assim tão diferentes.

Uma nota final para os actores: havendo o requisito do filme ser integralmente falado no dialecto dos Maias daquela região, o Yucatec, muitos dos actores não tinham qualquer experiência prévia de interpretação cinematográfica. Para primeira vez, acho que não se saíram mesmo nada mal

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