Friday, October 21, 2005

Charlie and the Chocolate Factory (2005)


Classificação:9

Género: Aventura/Fantasia

Argumento:Esta é a história de Charlie (Freddie Highmore), um rapaz pobre que adora chocolate e que vive ao lado da maior fábrica de chocolate do mundo. Charlie apenas tem direito a uma barra de chocolate por ano – no dia do seu aniversário, que está mesmo à porta. Willy Wonka (Johnny Depp) é o excêntrico dono da fábrica, onde ninguém entra. Até ao dia em que Wonka lança um concurso que permite aos cinco premiados uma visita guiada pela fábrica. Para Charlie, e para a sua família, a possibilidade do prémio abre a porta ao sonho. "Charlie e a Fábrica de Chocolate" é uma adaptação do clássico homónimo de Roald Dahl, realizada pelo inclassificável Tim Burton, que desde o encantamento de "Eduardo Mãos de Tesoura" e "O Estranho Mundo de Jack" aos delírios de "Marta Ataca" já assinou alguns dos maiores cultos cinematográficos contemporâneos.

Comentário: Começo por dizer que gostei imenso deste filme. Os delírios imaginativos deste realizador oferecem momentos de puro deleite: os cenários são alucinantes, de cor e surrealismo; os diálogos de um humor inteligente e as músicas bastante boas. A tudo isto há que acrescentar os diversos estereótipos unidimensionais dos pecados infantis, representados por cada uma das outras quatro crianças – a mimada Veruca Salt (Winter), o guloso Augustus Gloop (Wiegratz), o viciado em televisão Mike Teavee (Fry) e a competitiva Violet Beauregarde (Robb) – e dos erros adultos (a disciplina excessiva e a condescendência desregrada).
O caminho de castigo e aprendizagem (?) efectuado pelos jovens tem algumas semelhanças com a estrada amarela d’O Feiticeiro de Oz, Willy Wonka tem algo do inadaptado Eduardo Mãos de Tesoura e do sempre criança Peter Pan. Com efeito, a própria fábrica é uma espécie de Terra do Nunca, onde se enfrentam medos e onde a fantasia é a ferramenta que concerta a realidade.
Note-se que em “Finding Neverland” (Marc Forster) Freddie Highmore também acompanhou Johnny Depp, conseguindo já na altura encantar-nos com uma grande interpretação. Prevejo aqui o início de uma grande carreira para um ainda muito jovem actor.Quanto a Depp, está simplesmente genial. É sem dúvida, uma das suas melhores interpretações, digna de ser premiada por um óscar.
A combinação Tim Burton, Johny Depp e Freddie Highmore é perfeita.

EM

Before Sunrise (1995) e Before Sunset (2004)


Classificação: 7,5

Género: Romance

Argumento: Jesse (Ethan Hawke), um jovem americano, e Celine (Julie Delpy), uma estudante francesa, encontram-se pela primeira vez num comboio para Viena. Ele convence-a a desembarcar em Viena e os 2 começam a desenvolver uma intimidade muito grande.

No 2º filme, depois de 9 anos sem se verem, os 2 reencontram-se em Paris e a conversa continua, com a mesma naturalidade de há 9 anos atrás.

Comentário: Confesso que estava um pouco céptico antes de ver o 1º filme. Isto porque custava-me a acreditar que um filme feito quase exclusivamente à base do diálogo de duas personagens pudesse ser interessante. Contudo, parece que os meus receios eram infundados.

A abordagem do filme-diálogo é aqui levada ao extremo e e de forma muito inteligente, plena de humor e sentido do ridículo, ou seja, o cerne das relações humanas. Talvez por serem co-argumentistas Hawke e Delpy são de uma naturalidade e cumplicidade impressionantes. O diálogo flui, em sequências por vezes bastante longas. Sem cair em lamechices nem em estiradas pseudo-intelectuais, assistimos apenas à conversa de dois adultos inteligentes, conscientes das suas fraquezas e virtudes, falando sobre o mundo, política, misticismo, assuntos pessoais. Nos 2 filmes, a conversa começa num tom leve, abrangente, e vai lentamente caminhando para assuntos mais pessoais, mais densos.

No 1º filme, assistimos à descoberta em que Jesse e Celine embarcam acerca um do outro e vemo-los a ganhar cada vez maior intimidade. Na sequela, é mais uma vez impressionante a fluidez dos diálogos, parecendo que estamos de facto a assistir à conversa entre dois seres cúmplices e desencontrados que tentam recuperar em poucas horas uma história que apenas teve um começo. Essa urgência nota-se nos olhares, nas perguntas absurdamente íntimas e numa inegável química entre os actores.

Penso que a beleza do filme está na sua simplicidade e na facilidade com que nos podemos identificar nas conversas entre as 2 personagens. A naturalidade da acção faz também com que queiramos acreditar que aquilo pode acontecer a qualquer um de nós e ficamos então a sonhar com esse dia.

Um comentário final apenas para o final do 2º filme que, embora nos deixe algum sentimento de frustração, é absolutamente delicioso.

AL

Melinda & Melinda (2004)



Classificação: 8

Género: Comédia /Drama

Argumento: Em Nova Iorque, num jantar de amigos, dois autores de teatro discutem se a existência humana é intrinsecamente trágica ou cómica. O episódio de Melinda (Radha Mitchell), uma jovem que interrompe um jantar mundano, dá origem a que eles desenvolvam duas histórias paralelas, que evoluem de forma distinta consoante o género defendido. A comédia romântica e o drama juntam-se neste filme, onde se explora a fragilidade do amor, a infidelidade, o romance, a erosão dos sentimentos e a incapacidade de comunicar.

Comentário: Durante o filme, alternamos entre uma história que se supõe mais séria para outra mais divertida, onde o único elemento comum é Melinda. Ou melhor, o nome do personagem e a actriz que o interpreta são os mesmos, porque de facto são duas histórias distintas.

Nem sequer vale a pena ter a tentação de fazer paralelismos entre os restantes personagens ou as relações entre elas (como eu cheguei a fazer), como se fosse a mesma história desde dois pontos de vista. Não é disso que se trata, mas apenas de um mesmo ponto de partida e de alguns elementos (amor, traição, conquista) que, sendo comuns, podem ser cómicos ou trágicos, dependendo do ponto de vista.

Realizado por Woody Allen e por isso, como não podia deixar de ser, filmado em Nova Iorque e com muito jazz à mistura, o filme é composto por um elenco de actores de "primeira água". Começamos a ver uma tendência no sentido de Allen se ausentar dos seus filmes, mas o seu alter ego continua presente, desta vez dividido por 2 actores, Jonny Lee Miller e Will Ferrel. Destaco o desempenho deste último. Quanto ao restante elenco, gostei especialmente de Chloe Sevigny e Chiwetel Ejiofor, actor que não conhecia, ambos muito convincentes nos seus papéis.

Como curiosidade refira-se que durante as filmagens, Radha Mitchell era a única do elenco a ter todo o guião em mãos. Os restantes actores tinham apenas as referências às cenas em que contracenariam.

Trata-se de um filme onde, mais do que as 2 histórias propriamente ditas, sobressai a forma original de realização e o desempenho do magnífico elenco de actores.

AL

Thursday, October 20, 2005

A Good Woman (A Falsária - 2004)


Classificação: 7,5

Género: Comédia /Romance /Drama

Argumento: Baseado na peça de teatro “O Leque de Lady Windermere” de Oscar Wilde, o filme conta a história de Mrs. Erlynne, uma mulher que viaja atrás de um jovem e rico casal, os Windermere, por forma a garantir a sua subsistência.

Comentário: A acção tem lugar numa estância balnear italiana, na década de 30. É lá que um jovem e abastado casal americano, os Windermere (Mark Umbers e Scarlett Johansson), passa férias com alguns membros da aristocracia britânica, que têm por principal hobbie a má língua. Entretanto, chega aquela vila Mrs. Erlynne (Helen Hunt), uma “cortesã” que vê no jovem senhor Windermere uma forma de passar umas abastadas férias.

Sem ser de uma grande originalidade, a história é suficientemente interessante para nos prender até ao fim e chega mesmo a ser de tal forma envolvente que nos coloca a torcer para que os mal-entendidos se resolvam e tudo acabe em bem.

Quanto aos actores, destaco o regresso ao grande ecrã da magnífica Helen Hunt num papel muito sóbrio mas ao mesmo tempo cheio de perfídia e ironia. Scarlett Johansson está muito bem num papel de menina bem comportada que lhe assenta muito bem. Penso contudo que o seu desempenho acaba ofuscado quer por Helen Hunt quer por Tom Wilkinson. Destaco ainda pela positiva o desempenho do elenco secundário, composto por actores britânicos.

Os diálogos são talvez o que de melhor nos traz o filme. Construídos de forma muito inteligente e sempre com muita sátira à mistura, só pecam por muitas vezes soarem um pouco a clichés.

Em conclusão, acho que se trata de um filme muito agradável e espirituoso, ou como diriam os ingleses very witty.

AL

Saturday, October 15, 2005

The Brothers Grimm (2005)


Classificação: 7,0

Género: Fantasia, Aventura

Argumento: Os folcloristas alemães Wilhelm (Matt Damon) e Jacob Grimm (Heath Ledger) são aqui apresentados como um par de caça-fantasmas e vigaristas do século XIX, que enfrentam diversos espectros numa aldeia assombrada pelas bruxas, por um lobo malvado e por um bosque encantado que gosta de devorar meninas pequenas.Nas suas viagens, esta dupla finge que livra os habitantes de mostros e demónios para assim ganhar dinheiro de forma fácil. Mas, quando são chamados pelas autoridades francesas para ajudarem a desvendar uma série de desaparecimentos misteriosos, vêem-se forçados a enfrentar forças realmente malignas, sob pena de irem parar à guilhotina...

Comentário: Não esperava muito deste filme e talvez por isso tenha saído satisfeito no final. É um filme cheio de fantasia, que cumpre o objetivo de entretenimento e que nos recorda histórias de encantar, fábulas e lendas. Gostei bastante de alguns aspectos técnicos nomeadamente filmagem de determinadas cenas. Tem personagens interessantes nomeadamente a de Cavaldi (interpretada por Peter Stormare). Dado os filmes que estão de momento no cinema poderá ser uma escolha válida...

EM