Friday, October 06, 2006

Volver (2006)

Classificação: 7,5

Género: Drama

Argumento: Três gerações de mulheres sobrevivem ao vento quente, ao fogo, à loucura, à superstição, e até mesmo à morte, à base de bondade, de mentiras e de uma vitalidade sem limites. São elas Raimunda (Penélope Cruz), casada com um operário a viver do subsídio de desemprego e uma filha adolescente (Yohana Cobo), Sole (Lola Dueñas), a sua irmã, que ganha a vida como cabeleireira, e a mãe de ambas (Carmen Maura), morta num incêndio, juntamente com o marido. O fantasma da mãe regressa à terra para ajudar primeiro a sua irmã e depois Sole, embora com quem tenha deixado importantes assuntos pendentes tenha sido com Raimunda e com a sua vizinha da aldeia.

Comentário: Almodóvar volta a dedicar um filme quase exclusivamente às mulheres, à sua dor mas simultaneamente à sua força, depois de terem sido abandonadas por homens.

E com que actrizes conta ele para desempenhar o papel dessas mulheres! Penélope Cruz e companhia estão simplesmente irrepreensíveis. Devo confessar que nem sequer sou grande fã da Penélope mas acho que não há maneira de não ficar impressionado. A conclusão a que se chega é que a senhora fica uns furos abaixo do que é capaz sempre que entra num filme em que tem que falar a língua do Reino de Sua Majestade.

Quanto ao filme propriamente dito, pode-se dizer que obedece a um certo padrão de Almodóvar, mantendo quase sempre o mesmo ritmo, não existindo um final em clímax à boa maneira americana. A desvantagem é a de haver um certo sentimento de frustração no final, não havendo aquele sentimento de “closure”. A vantagem é que sempre constitui uma lufada de ar fresco face à fórmula do costume.

Uma nota final para as pitadas de comédia ao longo do filme, que vão aligeirando o drama, com especial ênfase para os beijinhos sonoros que as senhoras dão umas às outras.

P.S. Pensei que tinha sido problema do cinema a que fui, mas dado que já li vários comentários com a mesma queixa, parece existir um problema com o som do filme, que dá ideia de ter sido todo gravado a posteriori e mal sincronizado.

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